Forjada na justiça e na verdade através da ciência, Polícia Científica paranaense é destaque no país 08/09/2021 - 16:40

Referência no país, a Polícia Científica do Paraná (PCP) obteve grandes avanços na primeira metade de 2021 ao firmar parcerias com outras forças, capacitar os peritos oficiais, ampliar as unidades no interior do estado e, principalmente, priorizar a agilidade nas respostas ao cidadão. Em conjunto com a Secretaria da Segurança Pública, a instituição busca, agora, manter-se no alto nível e dar continuidade aos projetos já estabelecidos, de forma a aperfeiçoar-se ainda mais em busca da verdade por meio da ciência.

O secretário da Segurança Pública, Romulo Marinho Soares, explica que a Secretaria da Segurança Pública valoriza esta força justamente pela constante evolução que ela tem apresentado ao longo dos últimos meses. “Os profissionais que atuam nas nossas unidades científicas são altamente qualificados, portanto, sei que cada investimento feito nesta área terá uma resposta positiva para nós e para a sociedade que necessita dos serviços de ciências forenses”, afirmou.

De acordo com o Diretor-geral da Polícia Científica, Luiz Rodrigo Grochocki, a PCP tornou-se uma referência nacional através do esforço constante de seus integrantes em expandir o conhecimento na área da Ciência Forense. “Muitos de nossos serviços no campo forense são integrados com outras forças de segurança, como no caso de grandes acidentes ou de crimes violentos, e por isso, temos qualificado nossos profissionais e ampliado nossas áreas de atuação, sempre buscando a justiça através da ciência”.

Sendo uma das forças que mais necessita de constante qualificação e aperfeiçoamento, a Polícia Científica, que conta com o Instituto de Criminalística (IC) e o Instituto Médico Legal (IML), apresentou evolução em diversas áreas neste último semestre, como na integração com outras forças e universidades, além do investimento na estrutura e na capacitação. A busca diária para aprimorar os métodos de coletas de vestígios criminais, análises e pesquisas permitiu que o Paraná se tornasse um destaque na área científica.

CRESCIMENTO – Nos primeiros seis meses do ano, a Polícia Científica também expandiu sua área de atuação no interior, visto que foram inauguradas quatro novas unidades da instituição nas cidades de Apucarana, Jacarezinho, União da Vitória e Paranavaí. Com essa ampliação e desde então, os peritos têm prestado melhores serviços à população do interior com a otimização de laudos e demais exames periciais que são indispensáveis para o prosseguimento de investigações para chegar à verdade sobre os crimes sem a necessidade de centralizar o serviço em grandes cidades, tornando o processo muito mais célere.

Junto à essa ampliação, a Polícia Científica também recebeu sete novas viaturas que têm sido empregadas nestas novas unidades do interior. O investimento foi de R$ 1,1 milhão, proveniente do Governo do Estado, por meio da Secretaria estadual da Segurança Pública e o material tem sido essencial para que os peritos oficiais tenham mobilidade no deslocamento a locais de crime, entre outras atividades características das unidades da PCP.

Também foi firmado, no primeiro semestre, um termo de Cooperação Técnica entre a Polícia Científica do Paraná e o Complexo Hospitalar do Trabalhador (CHT) para o uso compartilhado do laboratório multiusuário de patologia forense do Instituto Médico Legal (IML). Exames deste laboratório apontam, por exemplo, a causa ou o momento da morte de uma pessoa, fato muito importante no auxílio da elucidação de homicídios. O convênio também possibilitou maior agilidade na análise de exames de patologia, que antes levava em média de sete a 10 meses para ser concluído, e agora poderá ser finalizado em até 10 dias. O termo também aumentou o número de patologistas em atividade no laboratório.

Conforme a atuação pericial cresceu, devido ao aumento de estrutura e equipamentos, os profissionais da instituição também precisaram acompanhar esta evolução. Uma das capacitações recentes, por exemplo, foi voltada às chefias das 20 unidades da instituição (18 no interior e duas na capital), e teve como intuito nivelar e unificar os trabalhos, durante 30 horas de capacitação na área de gestão, o que refletiu em um avanço tanto na qualificação interna quanto na otimização do trabalho integrado com as demais forças de segurança, municipais, estaduais e federais.

INTEGRAÇÃO – Junto aos outros estados, a Polícia Científica do Paraná também auxilia a Rede Integrada de Banco de Perfis Genéticos (RIBPG), criada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, para ajudar na apuração criminal e no processo de investigação por meio do compartilhamento e comparação de perfis genéticos. Graças ao esforço da instituição, o estado do Paraná é o terceiro colocado em quantidade de investigações auxiliadas pela Rede, segundo o relatório semestral de 2021 que aponta o auxílio em 117 casos no período.

Dentre os perfis genéticos cadastrados, 5.582 foram mapeados pela Polícia Científica do Paraná, desde a criação do banco, para que haja este cruzamento de informações. Um exemplo prático é o caso de Rachel Genofre, que mesmo após mais de 10 anos, o crime só foi elucidado quando o material genético do suspeito, condenado por outro delito, ingressou no banco de perfis genéticos pelo estado de São Paulo, permitindo sua resolução no Paraná em 2019, e encaminhamento do acusado a Júri Popular no primeiro semestre deste ano.

Também através desta Rede Integrada, a Polícia Científica promoveu campanhas de coleta de DNA de pessoas que possuem algum familiar desaparecido, para que assim, fosse mais fácil localizar o paradeiro delas, em qualquer lugar do país por meio do confronto de amostras genéticas. Uma delas ocorreu em junho, em alusão ao dia Internacional das Crianças Desaparecidas.

Durante uma visita técnica dos integrantes da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), ainda no primeiro semestre, em maio, a Polícia Científica também demonstrou aos agentes nacionais a relevância do desenvolvimento na área de pesquisa, como com o Centro de Ciências Forenses (CCF), que fica na Universidade Federal do Paraná (UFPR). A melhoria foi observada através dos resultados obtidos pelas pesquisas que têm sido desenvolvidas em prol da expansão do campo da ciência forense, abrindo, ainda, espaço para novas parcerias com o Governo Federal.

ATUAÇÃO – A Polícia Científica também possui um papel fundamental na perícia feita nos locais de desastres em massa, assumindo, prioritariamente, a função de identificar as vítimas, coletar os vestígios do local e auxiliar demais forças na investigação. Para isso, a instituição possui um grupo especializado e capacitado que compõe uma Comissão Permanente de Identificação de Vítimas de Desastres (DVI). 

Um exemplo de excelência no serviço prestado pela PCP foi o atendimento célere de um acidente trágico que aconteceu no dia 25 de janeiro, na BR 376, em que 19 pessoas morreram. Imediatamente, sete peritos oficiais do DVI foram enviados à rodovia para analisar o local do acidente, coletar amostras e informações e atuar na preservação dos vestígios, no sentido de auxiliar na identificação de todos os envolvidos. Após a necropsia dos corpos, 16 deles foram identificados pelo método de necropapiloscopia, dois por exame de DNA e um por reconhecimento.

Atuando em conjunto com as demais forças, em ações como essa, os peritos oficiais enviados são fundamentais para o processo de identificação das vítimas e para a elaboração do laudo pericial do local do acidente, além da liberação dos corpos, que vem a seguir.

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