Instituto de Criminalística reabre Laboratório de Hipnose Forense 14/12/2011 - 10:20

A reativação do laboratório faz parte das medidas de reestruturação e valorização dos institutos de Criminalística e Médico Legal incluídas no Programa Paraná Seguro, que visa reduzir a criminalidade e melhorar a eficácia da ação policial. De acordo com o secretário da Segurança Pública, Reinaldo de Almeida Cesar, essas unidades são fundamentais para a solução de crimes e consequente punição dos culpados.

A hipnose é feita com vítimas ou testemunhas de crimes como estupro, homicídio, atropelamentos, assaltos e sequestros, desde que elas concordem com o procedimento. A técnica é utilizada em casos de trauma psicológico – chamado transtorno de estresse pós-traumático –, que provoca amnésia parcial ou total do momento do crime. Quando técnicos do Instituto de Criminalística ou delegados percebem dificuldade de a vítima descrever o crime ou criminoso, eles a encaminham ao laboratório.

O diretor do Instituto de Criminalística, Antônio Vaz de Siqueira, explica que algumas pessoas bloqueiam mentalmente os acontecimentos. A hipnose ajuda a lembrá-los e permite às vítimas colaborar na construção de um retrato falado, por exemplo. “A vítima deve concordar em participar da hipnose e, quando for adolescente, deve ter a autorização dos pais”, explicou.

O laboratório está instalado em sala acústica, à prova de ruídos, construída na sede do Instituto de Criminalística. Ao lado, há uma sala espelhada, onde familiares da vítima e policiais acompanham o procedimento.

NECESSIDADE – O diretor geral da Secretaria de Estado da Segurança Pública, Adalberto dos Santos, que representou o secretário na cerimônia de reabertura, destacou a importância do serviço para a elucidação de crimes e disse que ele jamais deveria ter sido interrompido.

Para o diretor do Instituto de Criminalística, o laboratório é mais uma ferramenta para melhorar a segurança pública. “Não há como fazer um trabalho isolado, sem a união de todas as forças no combate à criminalidade”, disse.

LEMBRANÇAS – O responsável pelo laboratório, Rui Fernando Cruz Sampaio, é médico psiquiatra, psiquiatra forense e psicólogo clínico. Ele afirma que com a prática, as vítimas podem lembrar de fatos ocorridos há dias, meses ou anos. “Em casos mais violentos, há dificuldade de esclarecimento também com a hipnose. Então, é usado medicamento por cerca de uma semana até que a pessoa esteja apta a dar todas as informações”, explica.

Sampaio citou o exemplo de uma mulher que, 14 anos depois da morte do marido, se lembrou do rosto do assassino e possibilitou a prisão do criminoso. Em outro caso, uma mulher que havia ficado sem movimento nas pernas após um trauma psicológico voltou a andar depois de algumas sessões de hipnose.

Durante o período em que o laboratório funcionou no Instituto de Criminalística, foram atendidos mais de 700 casos e em quase 100% deles foi possível conseguir informações para elaborar o retrato falado ou esclarecer o que ocorreu no local do crime.

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